segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Frações de verdade



Na verdade, essa não é a verdade,
Na verdade, esta é só a metade,
Da minha verdade,
Da grande verdade.

Meio da metade,
De um inteiro de ansiedade,
Por minha verdade,
Na grande verdade.

Meio da metade,
De dois terços de vontade,
De matar a saudade,
Da minha saudade.

Meio da metade,
De quatro avos de bondade,
Em manter a piedade,
Num ímpeto de maldade.

Em frações de frugalidade,
Pequenos pedaços de perversidade,
Dão ao verso a unidade,
E o findam em mediocridade.

Alimento à uma vaidade,
Veneração à diversas deidades,
Odes em infinidade,
O nada em sua totalidade.

Verdade?
Exposição da intimidade,
O "eu" em vulnerabilidade,
Ascensão da alma à plena maturidade.

Verdade?
A vida encontra sua finalidade,
Quando descobre a felicidade,
Em pleno gozo de liberdade.

Verdade?
Perda das palavras a habilidade,
Abaixar a guarda, desligar a sagacidade,
Inverter a prioridade.

Verdade...

Fração em totalidade,
Não admite metade,
É inteira em quantidade,
Completa por identidade.

Verdade?
A verdade não pode ser dita...
Ninguém está preparado para ouví-la...
É uma tempestade arrasadora que devasta uma só pessoa...
Quando mastigada, engolida, digerida...
Dói em um só... mata um só
Não é justo
Não está certo
Mas, por enquanto
Eu aguento...

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