sábado, 20 de outubro de 2012

Doce insanidade

out|2012

Já não procuro a palavra certa
Que me explique
Que me traduza
Aprendi a delinear pelos contornos
De significados
De sentidos
Da sutilidade
Da imortalidade.

Já não procuro prender o momento belo
Nem capturá-lo como imagem
Prefiro o instantâneo
O que não se pode guardar
Aprisionar
Prefiro os sentidos
Os cheiros
Os gostos
Os toques
Os devaneios
Quero vivê-los sempre com mais intensidade do que exige a vida.

Já subi no salto alto
E estou usando meu batom vermelho
Aproveitando até o mais fugaz
Me corto ao meio e me solto de mim
Duplo coração
Que pulsa em dobro
Que vive em dobro
Que se debate
E impulsiona
Ao voo
Na insanidade que permeia a lucidez.


Nenhum comentário:

Postar um comentário