sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meu paradoxo

set|2012

Odeio sua imaturidade
E quando corta o cabelo 
Odeio o modo como dirige seu carro 
E odeio seu desmazelo.

Odeio o efeito que tem sobre mim
E como consegue ler minha mente 
Eu odeio tanto isso em você, 
Que fique construindo planos pra gente. 

Odeio quando você mente
E eu finjo que está tudo bem
Odeio sua mania de ver tudo filosoficamente
E me odeio por ser assim também.

Odeio seu jeito desorganizado
Odeio a pilha de louça que você sempre deixa por lavar
Odeio quando fica calado
E sinto de relance, seu olhar.

Odeio seu jeito nerd
E seu gosto por filmes e discos
Odeio sua vontade de dominar,
De seguir e correr riscos.

Odeio quando está sempre certo 
Odeio que me faça sentir incomodada
Odeio que me provoque pra ir além
Odeio que não me deixe ficar aqui, acomodada.

Odeio quando me faz rir muito
Odeio mais ainda quando me faz chorar
Me sinto uma menininha medrosa
Te pedindo pra ficar.

Odeio quando não está perto
E odeio todas as despedidas
Odeio perceber como tudo é incerto
Odeio me sentir assim, tão perdida.

Odeio teu abraço apertado
Odeio a lágrima que corre no teu rosto
Odeio que segure minha mão e não me deixe sair do carro
Por favor acabe logo, agosto.

Odeio quando você fala com abraços, 
Mordidas e beijos
As pernas amolecem...
Fraquejo.

Odeio o fato de não me ligar 
Odeio o jeito como meu coração dispara
Todas as vezes que você volta
Minha voz se cala.

Mas odeio principalmente 
Não conseguir te odiar 
Nem um pouco 
Nem mesmo por um segundo 
Nem mesmo só por te odiar. 

E no meio disso tudo
Descobri, sem querer
Que todas as razões pra te odiar são na verdade
Desculpas pra me permitir te perder.

São as razões pelas quais 
Somos imperfeitamente perfeitos
E quando penso não te amar mais
Sinto tudo vivo, aqui dentro do meu peito.

Odeio por amar
Amo por odiar
Paradoxo da vida
Sinto a euforia do reencontro
Com o silêncio da despedida.


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