domingo, 9 de junho de 2013

Que silêncio é esse?

14.04.2013
Que silêncio é esse,
Quase perfeito, quase completo?
Digamos inacabado,
Porque hoje é sábado,
Repleto de palavras,
Tiradas a ferro,
Da bigorna,
Amassadas na acidez,
Da vida, nem sempre fácil.
Ecoa rigidez,
Mas, gordas de sensatez.
O silêncio é de ouro,
A palavra prata,
Teu silêncio é busca,
Procura, andança...
Tuas palavras refletem nada mais

Do que tua falta de esperança.

Felicidade


A felicidade precisa estar onde nós estamos.
Não importa quantos sonhos ainda temos para passar a limpo com as nossas ações. 
Não importa o tanto de realizações que ainda podemos concretizar. 
Não importa quantas pendências nos aguardam. 
Ou ela está onde nós estamos ou não está em lugar nenhum.

A morte do sol


O sol se pôs
Morreu ardendo em dunas
Desde então ele nunca mais voltou
365 luas choraram sua ausência
Mas a lua cheia incandescente 
Ainda brilha na pétala do poste
Tremeluz paciente.

Estranha lua de cima do poste
Não és única como as outras
És apenas a segunda lua
Alumiando em segundo plano
Mas és alvo de inveja das demais
Pois nesse mundo inventado
Estás entre as coisas mais reais.



Serendipidade

14.04.2013

Desafiei o que estava escrito
Provoquei a ira das estrelas
Quem ousa reptar o infinito
Quem ousa tentar detê-las?


 Escolhi a curva ao invés da reta
Quebrei as esquinas
Fugi do que era certo
Repudiei todas as sinas.


Mudei o caminho
Não sei por que
E assim se cumpre o destino
Encontrei você.


Mudei a direção
Mesmo sem entender
Desafiei qualquer previsão
Encontrei você.


Todos os rumos me levariam
Independente de quantos atalhos houvesse
Todos eles convergiriam
Em cada escolha que eu fizesse.


Tentei enganar o destino
Mas descobri a grande verdade
É no já traçado caminho
Que está a serendipidade.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Agosto


Acabe, agosto!
Recolha-se nas nuvens escuras,
Esconda-se da luz que ainda arde,
Deixe-me sair dessa loucura,
Que me impusestes, tão covarde.

Acabe, agosto!
Congele com o frio do próprio sopro,
Liquefaça-se com a chama que ainda queima,
Arda febril neste corpo,
Que ainda vive, teima.

Acabe, agosto!
Banido sejas para o norte,
Não mais sopres a melodia do minuano,
Sintas enfim, o toque extasiante da morte,
Em teu rosto profano.

Acabe, agosto!
Floresça meu coração em primavera,
Aqueça meu rosto em dunas ardentes,
Finde com esta estação de espera,
Traga de volta os dias quentes.

Acabe, agosto!
E já vais tarde,
Tu representas pra mim,
O verdadeiro sentido da saudade.








sábado, 1 de junho de 2013

O meio da metade


No meio do caminho é onde estou
Meio pra lá e meio pra cá
Meio perto de quem chegou
Meio longe do meu pé de maracujá.


O meio de cá fica na metade
Mas o meio de lá é tão mais distante
Esse meio termo é o que causa a saudade
E dá asas a um coração viajante.


No meio do caminho há um rio
Rio que une e separa as margens
O meio do caminho agora está vazio
De nada serve o caminho sem a viagem.


Então espero no meio do caminho
Me encontre sobre a ponte
Sei que não virás sozinho
Pois trazes contigo todo meu horizonte.


E... no fim de tudo... o silêncio


É um silêncio inacabado,
Daquele de ato falho,
Silêncio que ecoa barulho,
Tal qual a queda de um raio.



É um silêncio da cor bege,
Que com melodia se une,
Silêncio que cheira a jasmim,
E deixa rastro de perfume.

É um silêncio lá de longe,
Que captura imagens mil,
Silêncio que borbulha a mente,
E dá a cor de tom febril.

É um silêncio que pára as horas,
E mergulha no túnel do tempo,
É um silêncio acompanhado,

Que atrai mais sentimento.

É um silêncio do universo,
Que se alimenta de energia,
É um silêncio que pausa o mundo,
Sem tirar a sinergia.

É um silêncio sem fronteiras,
Que viaja sem permissão,
É um silêncio que invade as áreas,
Onde pulsa um coração.