sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Respostas


Tanto tempo procurando respostas,
Que já faltam as perguntas,
Eram assim tão importantes?
Já nem sei...

É na ânsia de saber tudo,
Que não se aprende verdadeiramente nada,
A vida corre atrás dos grandes feitos,
E esquece que as coisas mais importantes,
São as mais simples,
São as inexplicáveis,
Elas simplesmente acontecem, 
Naturalmente...

Coisas que não se entendem,
Coisas que não se explicam,
Coisas que a gente sente...
Sente sem querer,
Sente sem sentido.

A vida é um mistério insolúvel,
É um crime perfeito,
Não há culpados,
Não há suspeitos.

Há quem perca a vida inteira nessa investigação,
Querendo saber de tudo,
Abraçar o mundo,
Encontrar dela a razão.

Mas era assim tão importante?
Respostas que não foram respondidas,
Perguntas que foram esquecidas,
Buscas desgastantes.

Se um dia teve importância
Hoje já não tem mais
Se perdeu em distância
E não voltará, jamais.

domingo, 4 de agosto de 2013

Simplicidade


E a verdadeira riqueza é,
A bem da verdade,
Poder chegar no final do caminho,
E por opção,
Voltar e fazer o trajeto inverso,
De encontro à simplicidade.

sábado, 3 de agosto de 2013

Sonha, poeta!...


Sonha, poeta!...
O sonho é o mais perfeito entorpecente,
Narcótico sublime,
Injeta sua força nas veias,
Corre pelo corpo,
Acelera o coração,
Da realidade é perfeito anticorpo.

Eis a razão de tua taquicardia,
Eis a razão da falta de ar,

Teu corpo não condiz com este mundo,
É pequeno demais,
Frágil demais,
Limitado demais.

Sonha, poeta!...
O sonho é a morfina que se mistura ao teu sangue,
Que te deixa em letargia,
Mas que te move em direção do futuro,
Que faz esquecer da vida que tens presente,
Pela vida maior que há no teu ser,
Ser infinito, profundo, definido indefinidamente.


Eis a razão da tua ansiedade,
Eis a razão da tua insônia,
Teu corpo já não suporta,
A carne já não comporta,
O próprio cerne aborta,
O que corre por tua aorta.

Sonha, poeta!...
Sonha sonhos tóxicos que te tiram do corpo,
Não poderás viver ao chão pousado,
Porque escravo da terra tu não és...
Nasceste para o azul imensurado ,
Para rasgar o céu de asas abertas,
Não tendo ao solo acorrentado os pés.


Sonha, poeta!... 
É no sonho que és pleno,
Sê sempre o mesmo:
Um louco!
Um incomum!
Não te sujeites a domínio algum, 
Não aceites limite nenhum,
Pois teu sonho cabe tanto em teu travesseiro
Quanto transborda no universo inteiro.